Não é difícil encontrar na internet uma gama de vídeos de pessoas registrando os diversos problemas de comportamento que enfrentam com seus cães, que podem ir desde fazer as necessidades fora do local apropriado, pular nas visitas e destruir móveis, até casos mais graves, envolvendo cães agressivos e descontrolados, que não respeitam seus donos, estranham visitas, atacam vizinhos e até mesmo outros animais e pessoas da família e do convívio diário do animal.
Ainda que seja um cão de guarda, o animal não deve ser uma besta enraivecida e sem freio, que ataca sem motivo tudo e qualquer coisa que se mova em sua frente. O ideal é que o cão seja equilibrado e controlado, devendo atender à voz de comando de, ao menos, duas pessoas e, imprescindivelmente, respeite todos aqueles com quem convive diariamente e saiba qual é o seu lugar, assim como o que pode e o que não deve fazer.
Da mesma forma, todo cão (sobretudo os de médio e grande porte, justamente pelo potencial ofensivo e até mesmo letal que possuem), deve ser adestrado e condicionado. Caso o proprietário do novo morador da casa não tenham nenhuma experiência com cães, é aconselhável que ele contrate um adestrador. Existem muitos profissionais capacitados oferecendo seus serviços, seja presencialmente ou através de cursos remotos vendidos na internet.
A culpa é de quem?
Na maioria dos casos, a culpa é do tutor do animal, que, muitas vezes, adquire um cão sem ao menos pesquisar previamente sobre as características da raça pretendida, ou sobre qual a maneira mais adequada de se criar e ‘educar’ o novo membro da família, que por mais que seja muito amado e querido, continua sendo um animal que age por instinto e tem sua ancestralidade no lobo e nos cães selvagens.
‘Sobre a importância do adestramento para o cachorro, eu vejo de duas formas: o adestramento e a consultoria comportamental. O ideal é que, antes de adquirir o cão, já chamar um profissional para auxiliar a pessoa a como montar a casa e no que é preciso fazer para receber o cachorro, como agir, como as pessoas da casa devem se portar em relação ao cão, justamente para não gerar vícios que podem se transformar em gatilhos que farão o animal agir de forma incoerente e em desacordo com o funcionamento da casa”, pondera Caio Martins, adestrador e comportamentalista canino.
Caio também ressalta que é extremamente importante preparar e condicionar o animal ainda filhote, desde a sua chegada, pois quanto mais novo o animal for ensinado e condicionado, mais rápido e duradouro é o aprendizado. “Com o filhote, você vai conseguir ter uma melhor interação no sentido de evitar a criação de vícios e de problemas comportamentais. Já para cães já grandes que foram adotados, faz-se um trabalho de contracondicionamento para mitigar os maus hábitos”, finalizou o especialista.
