O universo que engloba tanto os American Bully, quanto os cães tipo Bulls e todas as suas derivações é complexo, sinuoso, repleto de realidades turvas, pontos de vista divergentes, versões antagônicas e subdivisões de cães e grupos de criadores, existindo e funcionando, na prática, quase como um multiverso da loucura no mudo da cinofilia.
Nesse mundo invertido, a deturpação de valores promovida pela lógica meramente comercial termina por reger a conduta de criadores que estão mais comprometidos com a dinâmica mercadológica e financeira, do que com a cinofilia propriamente.
Lógica essa que também norteia a conduta da maioria das entidades de registro, que estão sempre em cima do muro e se esgueiram por entre os problemas adotando condutas políticas, agindo passivamente, isentando-se de responsabilidades que ultrapassem a abertura de canis e a emissão de registros. A roda só não pode parar de girar (som de caixa registradora).
Os criadores da raça que têm um projeto cinotécnico ético, que realmente buscam a excelência fenotípica, a saúde, a qualidade de vida e a longevidade dos cães, preservando e aprimorando os padrões oficiais da raça, são chamados de chatos, caretas e puristas quando levantam a voz em defesa do real American Bully.
Uma realidade tão absurda, que aqueles que detêm a razão e procuram agir com ética, respeito aos animais e aos padrões da raça são considerados loucos, fanáticos e acabam pouco valorizados pelo mercado, que hoje abre mais espaço para o cão mestiço, doente, deformado e fora de padrões oficiais, em detrimento do cão conformado, saudável e dentro de um padrão estabelecido para a raça.
Confira abaixo o vídeo com a terceira parte da análise de Lincoln Fernandez, experiente criador de cães e proprietário do canil Monkey Bulls, sobre este pitoresco universo onde o certo se torna o errado e práticas insalubres e nocivas à cinologia séria são chanceladas pelo mercado e ovacionadas pelo grande público:
